Há 43 anos, o Operário conquistava o seu “Mundial” na Coreia do Sul
Na campanha invicta, o alvinegro campo-grandense venceu o PSV da Holanda e o Bayern Leverkusen da Alemanha
| PAULO NONATO DE SOUZA / CAMPO GRANDE NEWS


Há 43 anos! No dia 18 de junho de 1982, o Operário de Campo Grande conquistava o título de campeão invicto da Korea Cup, também conhecida na época como Copa Presidente da Coreia do Sul, ao empatar em 0 a 0 com a seleção da Coreia do Sul no jogo da final realizada no Seoul Stadium, em Seul. Como o placar manteve-se inalterado no tempo normal e também na prorrogação, a Federação Sul-Coreana de Futebol, organizadora da competição internacional, optou por considerar as duas equipes campeãs.
A divisão do título com a seleção da Coréia do Sul pode ter soado estranho, mas nada que tirasse o brilho da conquista operariana. A Korea Cup era um torneio que havia sido criado em 1971 pela Federação Sul-Coreana com a proposta de desenvolver o futebol no país. A edição de 1982 teve 10 participantes em dois grupos de 5 cada. No total, foram 5 clubes - o Operário (Brasil), Hallellujah FC (Coreia do Sul), Garuda FC (Indonésia), PSV (Holanda) e Bayern Leverkusen (Alemanha) e 5 seleções nacionais – Coréia do Sul, Índia, Bahrein, Tailândia e Malásia. Guardadas as devidas proporções, foi como se o Operário tivesse conquistado o Mundial de Clubes da FIFA, sem o mesmo glamour.
O Operário desembarcou na Coreia do Sul como um simples coadjuvante, apesar da condição de representante do Brasil, a convite da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), fez uma campanha memorável com quatro vitórias e dois empates em seis jogos e deixou para trás clubes de grande cartaz internacional como o PSV Eindhoven, da Holanda, e Bayern Leverkusen, da Alemanha. Apenas 5 anos haviam se ado desde o 3º lugar no Campeonato Brasileiro de 1977, a moral do alvinegro campo-grandense estava em alta no mundo do futebol, mas em sua história nunca havia disputado uma competição internacional.
Na teoria os dois clubes europeus eram os favoritos para disputar a final do torneio, mas na prática ambos decepcionaram. O time holandês ou para a semifinal como primeiro colocado do Grupo A com 7 pontos, seguindo pela Coreia do Sul em segundo lugar com 6 pontos. Já o Bayern Leverkusen sequer conseguiu ar de fase. Perdeu seus quatro jogos da fase de grupos, fez um gol e sofreu nove, e foi o último colocado do Grupo B, que teve o Operário e o Hallellujah classificados para a semifinal com 7 pontos cada.
“O nosso time era muito bom, mas lá na Coreia do Sul ninguém conhecia o Operário, a gente foi uma surpresa pra eles', contou o ex-zagueiro Amarildo Carvalho, que dividia a função de jogador com a de soldado do Exército e teve que viajar fardado com a delegação. 'O treinador Carlos Castilho quis muito me levar e foi preciso até autorização do Ministério do Exército. Valeu muito a pena ter ido, minha primeira viagem internacional e pude aprender muito na viagem e nos jogos', comentou ele.
Nos seis jogos que disputou, incluindo a fase de grupos, semifinal e final, o Operário fez 13 gols e sofreu 7. Estreou com empate em 3 a 3 diante do Hallellujah, depois venceu a seleção da Tailandia por 1 a 0, o Bayern Leverkusen por 2 a 0 e a seleção da Malasia por 3 a 1. Na semifinal ganhou do PSV da Holanda por 4 a 3 e na final empatou em 0 a 0 com a seleção da Coreia do Sul, que buscava o oitavo título da Korea Cup e chegou naquela final como favorita, porém, não foi capaz de superar a qualidade técnica da equipe campo-grandense, comandada em campo por craques como Arturzinho, considerado o melhor jogador da competição, e fora de campo pelo lendário treinador Carlos Castilho.
“Uma proeza histórica', “sensacional, “extraordinário'. Estas foram algumas das formas usadas pelos torcedores e pela imprensa de Campo Grande para definir a conquista do Operário naquele 18 de junho de 1982. “Tenho muitas lembranças boas. No jogo contra o Bayern entramos em campo e os caras olhavam a gente com desdém, eles menosprezaram o nosso time, mas metemos 2 a 0 neles, fora o baile', disse nesta segunda-feira, 9, o meia-esquerda Pastoril, uma das estrelas operarianas naquela campanha vitoriosa na Coréia do Sul. “O tempo ou muito rápido. Tempos bons aqueles, quem viu, viu', ressaltou.
Outros tempos – Em decadência desde o final da década de 1980, atualmente o Operário Futebol Clube agoniza na Série D, a quarta divisão do Campeonato Brasileiro de 2025. O time é o último colocado do Grupo A7 com apenas 5 pontos em 8 jogos. Fez 7 gols e sofreu 16 e tem um aproveitamento de 20%. A competição tem 64 clubes participantes, divididos em grupos de 8 clubes cada. Conforme o regulamento, apenas 4 de cada grupo am para a segunda fase.
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