Mortes na BR-163 voltam a crescer e atingem maior nível desde 2017
| DOURADOS AGORA
Depois de uma década marcada por queda nos acidentes graças às obras de duplicação e melhorias iniciadas em 2014, a BR-163 voltou a figurar entre as rodovias mais violentas do País. Levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostra que 74 pessoas morreram em 865 ocorrências no trecho sul-mato-grossense em 2024 — o pior resultado desde 2017, ano em que a então CCR MSVia suspendeu novos investimentos por alegado desequilíbrio contratual.
A escalada das fatalidades interrompe um ciclo positivo iniciado logo após a privatização: de 2018 a 2019, as mortes haviam recuado para 38 e 41, respectivamente. Com a interrupção dos aportes, o número saltou para 51 em 2020 e continuou subindo até chegar ao pico atual, 15,6% acima dos 64 óbitos registrados em 2023.
Parte dessa piora é atribuída ao atraso na duplicação. Dos 845,9 quilômetros concedidos, pouco mais de 150 km estão duplicados — trecho mínimo exigido para a cobrança de pedágio. Desde 2019, quando o grupo confirmou a intenção de devolver a estrada para relicitação, a empresa tem se limitado a serviços pontuais, como tapa-buracos, viabilizados por aditivos firmados com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
O contraste é evidente: antes mesmo da concessão, entre janeiro e julho de 2014, a BR-163 já contabilizava 64 mortes, cenário que começou a mudar quando as obras se intensificaram. Agora, com investimentos congelados há oito anos, a rodovia volta a ostentar o apelido de “rodovia da morte' — e reacende o debate sobre a urgência de um novo modelo de concessão que garanta a retomada das melhorias.
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